domingo, 14 de setembro de 2014

Novas versões e novas visões. Novas opções. (4)



Novas versões e novas visões. 
Novas opções. (4)


Por critérios ou necessidades; medos e verdades; conhecimentos ou vaidades, o homem sempre dividiu o mundo. Separou o mundo entre o seu e o dos outros. Dividiu o mundo entre o dele e o dos outros. Dividiu seu mundo, dividiu um único mundo, em outros mundos. Como o mundo visível e o mundo invisível, a partir do que era possível tocar e ver, e do que era possível somente sentir e perceber. O imaginável e o não imaginável; o admissível e o não admissível.

Do ponto de vista do conhecimento, também fez suas divisões e separações. Entre os que sabem e os que não sabem; o que tem conhecimento e o que não tem conhecimento. Os que têm um diploma e os que não têm um diploma. Com títulos e sem títulos, ou com muitos títulos. Os que têm diploma e títulos e não sabem nada, e os que não têm diploma e nem títulos, mas tem algum conhecimento. O graduado e o não graduado. O graduado e o pós-graduado, seccionado entre mestres e doutores, chegando ao pós-doutorado.

Palestras e conferências, colóquios e seminários, mesas redondas e painéis com debates, promovem o duelo de títulos e diplomas. Lugares onde cada um é apresentado com seu canudo simbólico na mão. São apresentados e aplaudidos como possuidores de um conhecimento incorporado e individualizado, distinguindo-o dos outros, os que não compartilham nem dividem o seu conhecimento. Mas aos poucos a sociedade cientifica e acadêmica vem admitindo que os classificados como desprestigiados e despreparados, também produzem um conhecimento. Cultura e conhecimento emanam do povo. Enquanto a academia tabula, nomeia e classifica.

Criam-se critérios de divisões e separações, na academia do conhecimento. Critérios que permitem novas versões e novas visões, novas opções de analise. Uma nova avaliação, e uma nova divisão. Entre os que se cercam de títulos e diplomas, sem produzir um conhecimento. E aqueles que produzem um conhecimento com os critérios e instrumentos da academia sem, no entanto, procurar ratificar suas produções intelectuais, pelos critérios dos títulos e diplomas acadêmicos, que podem conferir ou sugerir simbolicamente um conhecimento.

A religião e a natureza podem ter contribuído para uma ideia de divisão e separações. A começar pelo dia e pela noite, algo entre o claro e o obscuro. O bem e o mal, o bom e o mau; a direita e a esquerda, o de cima e o de baixo. O dia e a noite, como o alvo e o escuro, com sol ou com chuva.

E o mundo pode ainda poder ser dividido em inúmeras maneiras. Do ponto de vista dos hemisférios: os hemisférios norte e o sul, separados pela linha do Equador. Os lados oriental e ocidental a partir do meridiano de Greenwich.  Do ponto de vista econômico pode ser dividido em países desenvolvidos e países não desenvolvidos, com uma classe intermediária. A classe dos países em desenvolvimento, países em vias de se desenvolver, sugerindo uma possibilidade de chegar a ser um desenvolvido, ou retornar a classe dos subdesenvolvidos.
                                                               
Pelo ponto de vista gastronômico, o mundo pode ser divido em vários seguimentos, entre os regionais e os internacionais. O europeu e o oriental. E assim podem ser divididos os restaurantes em orientais e ocidentais. Com opções gastronômicas ou astronômicas no preço e na qualidade.

Mas a medida que avança o processo de globalização, cada segmento vai perdendo suas divisas, ficando difícil enxergar uma linha divisória entre dois seguimentos. Uma sociedade liquida onde podemos encontrar uma variedade de águas engarrafadas: água mineral natural, água natural, água adicionada de sais. Água saborizada e água aromatizada, que não são reconhecidas como água na legislação brasileira. Águas gaseificadas naturalmente e artificialmente. Com tantas variedades, e com aumento de consumo, já é possível encontrar cartas de águas, tal como cartas de vinhos.

Restaurantes que oferecem pratos orientais, com tradicionais pratos a partir de pescado cru, já oferecem opções de alimentos fritos e cozidos. Churrascarias especializadas em cortes especiais de carne, já oferecem há algum tempo pescados variados. Restaurantes com especialidade em comida chinesa, agora oferecem comida nordestina, adentrando o sertão. Da culinária francesa a culinária tailandesa, da japonesa e chinesa a sudanesa e a milanesa; mineira e brasileira. A mesa é onde todos os pratos se encontram para trocar saberes e sabores.

Uma miscigenação do catimbozeiro: X-bode com queijo de coalho e molho de coentro, em pão carteira. Quiche de ginga com jiló (JH 06/12/12). Pudim de tapioca com calda de lambedor (JH. 3 e 4 /11/12) Rodízio de farofa, uma nova opção gastronômica (JH 25/02/13). Namorado fresco, peixinho e patinho resfriados. Para acompanhar um suco mix de pitomba com seriguela. Toda mistura é valida, assim como todo conhecimento é bem-vindo.

Muitos dos conhecimentos científicos produzidos na academia do conhecimento, já concorrem ao premio Ig Nobel. Pesquisadores e escritores voltados e interessados no conhecimento científico. Mestres e doutores, buscando e concorrendo a títulos laureados. Embora lhes sejam atribuídos critérios da importância da sua insignificância.


Rio de Janeiro/RJ ─  14/09/2014







Texto produzido para:
O Jornal de HOJE – Natal/RN
Palavras Chaves: gestão; qualidade; conhecimento

Palabras Clave: gestión; la calidad; el conocimiento

Key Words: management; quality;  knowledge




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Roberto Cardoso








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