No
Castelo de Nassau
Arquétipos e lembranças
ficam internalizados e eternizados nas pessoas, nas comunidades, e nos grupos.
Nas origens de povos e de populações, em suas colonizações, e em suas
organizações. E os comportamentos se repetem sem serem notados ou percebidos.
Uma história repetitiva contida em cada um, e em cada grupo, em cada
organização. Sendo necessária uma observação, e uma analise para perceber os
modos e critérios de repetição. A Terra gira e repete com seus movimentos os
momentos: de dias e de noites, de invernos e verões, de outonos e primaveras.
Momentos de equinócios e solstícios. “Bipolaridade do mundo” (Jornal de Hoje –
Natal/RN em 03/set/12).
Como muitos sabem, e por
muita das vezes já citado em textos anteriores. A Holanda tem por
característica ser um território abaixo do nível do mar. É conhecida também por
se classificada, como países baixos. Um território protegido por diques para
que as águas do mar não invadam e ocupem seus espaços territoriais. Moinhos
aproveitando a energia produzida pelos ventos bombeiam constantemente, a água
que invade seu território.
Os holandeses não veem o
horizonte. Fica oculto pelos diques acima de suas estaturas. Pintores
holandeses raramente colocam em suas telas um horizonte, ou algo distante. Fazem
a opção de retratar desenhos com pouca profundidade, como ambientes domésticos
ou jardins. Uma empresa multinacional de óleos e combustíveis, de origem holandesa
tem como símbolo uma concha, dando reforço a ideia de fechamento e isolamento.
E então resta uma dúvida: se
repetem seus atos por simples repetição de seus arquétipos, ou por se sentirem
seguros com muros e muralhas a sua volta. Ainda que sejam cercas invisíveis e
imateriais. Criam um campo magnético a sua volta com estratégias
comportamentais e administrativas. Um arquétipo de suas origens e de suas
tentativas de ocupação, com enfoque no território brasileiro, desde o tempo do
Brasil Colonial, quando pretendiam ocupar territórios que produziam cana de
açúcar, o produto valioso da época. O produto de valor nos dias de hoje é a informação
e o conhecimento. Daí o grande investimento de instituições estrangeiras de
ensino no Brasil. No século passado chegavam com know-how e agora chegam como Coach.
Na história do Brasil os
holandeses se instalaram em Natal/RN, ocupando um forte. O Forte dos Reis
Magos, um ícone turístico da cidade. Instalaram-se em Ares/RN, um pouco ao sul
de Natal/RN. Ocupando uma ilha, a Ilha do Flamengo. Também se instalaram em São
Gonçalo do Amarante/RN, onde promoveram um massacre até hoje relembrado em
efeméride, conhecido como o massacre de Uruaçu, uma tentativa de impor sua
cultura, seu domínio militar e religioso. E instalaram-se em Recife/PE, uma
cidade escondida pelos arrecifes.
Ventos barrocos trouxeram
embarcações holandesas ao nordeste. Ainda hoje um vento barroco pode ser
sentido pelas praias de Recife (Boa Viagem) e Jaboatão dos Guararapes (Candeias,
Piedade e Barra de Jangada). Ventos e brisas marinhas que lembram, relembram ou
remetem aos séculos passados.
Natal/RN seria a Nova
Amsterdã por desejos holandeses. Cidade que ocultamente lembra a presença holandesa
em seu aeroporto comercial, conhecido pelo código internacional por NAT,
sugerindo uma interpretação de New Amsterdan Terminal.
Hoje os tempos são outros e
as invasões e ocupações são outras, mantendo os interesses comerciais, com o
produto mais valioso para a época. E os arquétipos estão sendo repetidos por
uma instituição que tem o nome de um nobre holandês, descrito nos textos
publicados: “Dicotomia natalense” (Novo Jornal – Natal/RN em 12/mai/12); “Batalha
na Avenida Roberto Freire” (Jornal de Hoje – Natal/RN em 30/jul/12); “Conflitos
de gênero na Batalha da Roberto Freire” (Jornal de Hoje – Natal/RN em
20/ago/12); “Marketing de guerra na batalha da Roberto Freire” (Jornal de Hoje
– Natal/RN em 27/ago/12). “Arengas históricas e quatro elementos” (Jornal de
Hoje – Natal/RN em 17/set/12); “Trilogias da Gestão da Qualidade” (Jornal de
Hoje – Natal/RN em 24/set/12); e “Mestre, doutor e acionista majoritário”
(Jornal de Hoje – Natal/RN em 18/out/12).
A instituição espalhou-se
pelo nordeste tentando impor suas ideias, tal como o combate em Uruaçu. Criou
sedes e filiais mais rápido que instituições concorrentes, instaladas
antecipadamente. Um novo ser, uma novata no mercado educacional que ainda não
atingiu uma maioridade empresarial, para mudar de estado e procriar em outro.
Nesta mesma avenida
natalense, a Avenida Roberto Freire, a instituição tentou ou pretendeu ocupar
em prédio abaixo do nível da pista. Tal como seus arquétipos. Por razões
desconhecidas o prédio não foi ocupado. Talvez uma batalha de negociação tenha
sido perdida ou outros interesses aconteceram, mudando as estratégias de
ocupação. Maurício de Nassau foi um grande estrategista holandês.
Estes novos holandeses recifenses,
depois de instalarem-se em REC ─ a sigla internacional para Recife/PE ─
repetiram atos de invasão e ocupação. Partiram de sua capitania em Pernambuco
para conquistar outras capitanias educacionais, ocupadas por portugueses. Que com
algumas comparações foram descritas no texto publicado: “Jota’s Club” (O
Mossoroense – Mossoró/RN em 04/dez/12). Espalharam-se por cidades e capitais
nordestinas, chegando a atingir a região Norte. Com facilidades de
financiamento de creditos governamentais estudantis, plantaram alunos como quem
planta cana de açúcar em agricultura extensiva. Com adubo e irrigação de
vinhoto pretendem fazer fartas colheitas no campo educacional.
Observando a cidade de Recife/PE
como território de ocupação é possível fazer analogias bélicas. Em algumas
ocupações ao longo da história, os holandeses ocuparam espaços e construíram
tuneis que davam acesos a outras ocupações e instalações. A instituição
recifense holandesa vai se espalhando pela cidade de Recife sem um critério
compreensivo, por vezes ocupam um prédio para logo em seguida desocupar. Levando
a supor que existem túneis subterrâneos entre as unidades, já que dirigentes
aparecem e somem dos espaços sem uma justificativa clara e aparente.
Do espaço físico passamos
para o espaço virtual. Buscando a tecnologia das comunicações, ou seja, as TICs.
Torna-se possível perceber um emaranhado de links que não levam a lugar nenhum,
no site institucional. Somente os ocupantes com um mapa do labirinto criado
podem entender entradas e saídas para obter uma informação ou uma solução on
line. Levam-se longos minutos de espera para descobrir que não pode ser
atendido por aquele canal, um fosso em torno do castelo. Desperdiça-se tempo e bom
humor, aguardando e reclamando do atendimento, que por certo não será melhorado
e nem tão pouco respondidas as reclamações, encaminhadas a uma ouvidoria. Situações
de epopeias começando no sertão, pompas e nomes pomposos floreiam e enfeitam o
site da nobreza imperial.
No espaço físico ou no
espaço virtual estes neo-holandeses, fixados em Recife com arrecifes, buscam um
espaço para se esconderem da nova guerra mercadológica, onde clientes e não
clientes atacam e tentam entrar no Castelo de Nassau. Esquivam-se de torpedos e
SMS, com atendentes virtuais, ocultos por trás de uma tela de computador.
E nesta tentativa os consumidores
e desbravadores, compreendidos e reconhecidos como invasores do castelo, podem
desistir de entrar no castelo por não conhecer o labirinto que precisam
trilhar, para chegar ao nobre estrategista atual, o Visconde de Muribeca, preso
em sua própria concha (shell), isolado e encolhido.
Texto disponível em:
Links para textos citados:
Entre Natal/RN e Parnamirim/RN ─ 11/11/2014
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