sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

O mundo secreto das baratas



O mundo secreto das baratas



J. Vasconcelos na quarta edição de seu livro: Democracia Pura (Exterior Editora, 2014) vai aos mais longínquos momentos da história buscar argumentos, para justificar o conceito de democracia. Faz um passeio pela história, pela sociologia e pela biologia, elencando comportamentos e conceitos da sociedade humana. O conhecimento daqueles denominados como seres racionais, os seres superiores. E das sociedades formadas por animais, aqueles seres denominados de irracionais, os seres inferiores.

Formigas, abelhas e vespas, possuem o comportamento, onde é um único membro que conduz um reino, o formigueiro ou a colmeia. Com seres na função de operários e soldados, uma rainha conduz uma sociedade de insetos. Escondida e protegida dentro da habitação, só a rainha tem o poder de colocar ovos, para criar novos seres, que serão alimentados de acordo com as suas futuras funções e missões.

As baratas diferentes de abelhas, formigas ou vespas, não possuem uma liderança de controle populacional, das suas comunidades. Cada barata tem a autonomia e a liberdade de procriar, sem uma autorização da coletividade. Ao mesmo tempo em que uma barata tem uma independência de procriação, ela gera condições para que a cria atinja um grau de maturação, mesmo depois de sua morte. Uma barata acéfala tem condições de sobreviver alguns dias, e manter seus ovos até o momento de eclosão. Seus ovos podem vingar mesmo depois da morte da barata mãe (Superinteressante.com)

As baratas vivem em sociedades, tomam decisões em grupos. São sociais e vivem em abrigos coletivos. Mantém e reconhecem entre si, seres de uma mesma família, talvez assim evitando o acasalamento entre irmãos (jornalciencia.com).

“E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme á nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se move sobre a terra“ (Genesis 1-26). E o homem acreditou no poder que Deus lhe deu. O homem entendeu como um domínio físico de domar e domesticar. Domou, domesticou e aprisionou os animais para o seu uso e seu abuso, e para seu consumo. Determinando a cota de alimento diário que cada um dos animais deveria receber. Não entendeu as palavras da Bíblia como dominar o conhecimento e a capacidade de cada espécie. Aprender a nadar e voar, farejar e articular, ser um estrategista na natureza. Aprender a sobreviver sem destruir o meio em que vive. “Sede fecundos. Crescei e multiplicai” (Genesis 1-28). Sejam sábios. Façam crescer e multiplicar um conhecimento, um saber.

“Mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia que dela comeres, certamente morrerás” (Genesis 2-17). O homem descobriu que estava nu e logo providenciou algo para se encobrir, criou a primeira vestimenta. E o homem criou a ciência, detectou um problema e buscou uma solução. Saiu do paraíso e tornou-se um ser errante, sobre a terra. Conquistou e arou terras, para plantar e comer. Começou a aplicar uma ciência em tudo e em todos. Das ervas não só fez de alimentos, mas criou remédios. Dos animais fez alimentos, já que comiam os alimentos vegetais produzidos. Com a cruz da crucificação de Cristo, criou esquadros e réguas para uma nova ciência, a visão cartesiana, as engenharias e as arquiteturas. Construiu prédios com esquadros e prumos. Deixou de olhar a natureza com linhas curvas e esquias, para olhar um mundo reto e ortogonal.

Ainda que o homem produza um conhecimento, muitas respostas estão nos comportamentos dos animais. Muitos das soluções de saúde estão nas plantas. O homem não entendeu o que tinha com um poder, como um domínio do conhecimento dos animais. Aprender com eles e fazer melhor que eles.

J. Vasconcelos foi buscar argumentos históricos e sociais, arqueológicos e biológicos. Faz uma viagem pela Antiguidade e pela Idade Média. Analisa sob um ponto de vista científico que os animais têm muito a ensinar o homem, em seus modelos de governo, dirigindo ou governando sociedades. Busca nas sociedades antigas, as mais afastadas da ciência, e do conhecimento científico, um resgate para os dias de hoje. Um conhecimento e um comportamento perdido ao longo do tempo.


Roberto Cardoso
Desenvolvedor de Komunikologia.
IHGRN – Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte
INRG – Instituto Norte-Rio-Grandense de Genealogia


27/02/2015
Entre Natal/RN e Parnamirim/RN

Texto disponível em:

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

WS1



WS1 – Web Semântica 1
Criando uma Web Semântica
Listando os sítios


441 Anos da Ilha do Governador: http://ilha441anos.blogspot.com.br/
Aniversario da Ilha do Governador: http://aniversariodailha.blogspot.com.br/
Concurso Literário Maracajá: http://concursomaracaja2010.blogspot.com.br/
CPI – Cartão Postal da Ilha: http://cartaopostaldailha.blogspot.com.br/
Mac and Tech - Macaxeira and Technology: http://macandtec.blogspot.com.br/
Macaxeira and Technology: http://macandtechnology.blogspot.com.br/
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Web Semantica

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Um conhecimento que circula pelas ruas (3)



Um conhecimento que circula pelas ruas (3)



O ato de negociar levou a uma necessidade de se comunicar, uma comunicação compreensível por ambas às partes do negocio. E a necessidade de cada vez ir mais longe para comprar e negociar, foi deixando marcas e sinais pelo caminho. Primeiro foram os deslocamentos terrestres, com comboios formados por montarias, que transportavam mercadorias. Com regras e caminhos a seguir, um tempo e um local para chegar. Dos caminhos e picadas, passaram carroças e carruagens, então surgiram as estradas. 

O uso das embarcações criaram regras para as navegações, promovendo a segurança de todos: passageiros, tripulantes e mercadorias, bens comerciais e bens intelectuais. Segurança para um lugar onde em situação de emergência não haveria terra para pisar. Regras de embarque e desembarque para mercadorias e passageiros, bem como as regras de deslocamento das embarcações. Regras à principio simples, como a preferência de uma embarcação sobre a outra, baseada em seu tamanho, mobilidade e velocidade.  Preferências entre atracar e desatracar, um barco ou um navio; entrar ou sair de um porto e até como passar por um canal. Regras de uma condição macro (com grandes navios, em grandes espaços), e regras em um universo micro (pequenos barcos em pequenos espaços). Regras de cabotagem e longo curso, com carga geral e cargas específicas.

E regras existem sobre ruas e calçadas, canais de circulação de carros e pedestres. Espaços destinados a uns e a outros. Regras de travessias e manobras, assim como barcos e navios, os pedestres e os carros também fazem travessias e manobras. Na visão holística oriental, ruas e avenidas são como os rios que fluem.

Regras existem para paradas e estacionamento, embarque e desembarque de passageiros. Espaços para veículos automotores, com alta ou baixa velocidade. Espaços para ciclistas e motociclistas. Espaços para pedestres com autolocomoção e pedestres portadores de uma insuficiência ou deficiência de locomoção. Pedestres com capacidades auditivas e visuais plenas, e pedestres com uma deficiência da capacidade auditiva e visual. Cada ser humano tem uma capacidade de carga intelectual e uma capacidade de locomoção e visualização; uma velocidade e uma mobilidade. 

Assim como foram criadas regras para grandes equipamentos de transportes, também foram criadas regras de comportamentos e deslocamentos para as pessoas. O macro e o micro, com suas devidas proporções. Cada ser tem uma travessia a realizar, uma carga e uma missão a entregar. Cada um pode carregar pastas ou envelopes; sacos ou sacolas; bolsas ou maletas; embrulhos ou pacotes. E regras entre pessoas podem estar simplesmente descritas e simbolizadas no chão, sobre uma caçada ou um calçadão, entre o meio fio e o paredão. 

Em principio partimos das chamadas regras de comportamento e regras de boa conduta, contidas no conhecimento da boa educação. O tempo e o lugar são definidos, com regras próprias. Enquanto as cidades eram pequenas, e as famílias se conheciam, primou-se por uma boa educação, que vinha de berço ou de casa. Enquanto as crianças brincavam nas calçadas, nas ruas e nas praças, em terrenos baldios, o espaço de convivência da garotada, cada qual deveria vir com uma educação de casa, respeitando direitos e limites do outro. As brincadeiras infantis realizadas nas ruas estabeleciam uma regra não escrita, mas respeitada, calcada em respeitos e bens morais. Quem não sabe brincar não desce para o play.

A partir do momento que a cidade cresce, a educação sai de casa para ser contida nos currículos escolares. Agora as escolas, sendo o local da convivência diária entre a população na idade escolar. A escola ensina seus alunos a andar e se comportar nas ruas, com visitas a museus, monumentos históricos, e indústrias. Entram educadamente em filas para acessos aos patrimônios públicos e nos sistemas de transportes, que os conduzem da escola ao local a ser visitado. Com cantinas, refeitórios e lanchonetes o comportamento nas refeições.

A idade escolar termina, e a convivência da população passa a ser nas ruas. Volta para as ruas, e agora ruas com um maior movimento, onde não é possível sentar na calçada, para uma brincadeira de pique ou bola de gude. Agora a rua é um espaço de locomoção. A pé ou de carro com regras de convivência, conveniência e locomoção. Sem uma casa ou uma escola, o aprendizado adquirido ao longo do tempo dever ser usado. Sem um controle de vigilância rígido, tudo que foi aprendido pode não ser respeitado. Cabe ao poder publico estabelecer e cobrar as regras de convivência e comportamento em grandes aglomerações. Cabe a cada cidadão cobrar e lembrar o outro sobre os espaços demarcados.

Obter uma carteira de habilitação requer saber ler e escrever; ter o conhecimento do código e leis de transito; e principalmente educação. Habilidade na direção de um automóvel e habilidade na interpretação de símbolos e desenhos no mobiliário urbano. 

Um estabelecimento que ofereça vagas para veículos na porta pode estar criando uma discriminação entre o que tem um poder aquisitivo maior, e outro com um poder aquisitivo supostamente menor. Ainda que ambos possam gastar em diferentes proporções, independente de seu meio de locomoção. O estabelecimento erra por submeter ao pedestre desviar de um carro ocupando um espaço desde a parede ao meio fio. Submete o pedestre a disputar um espaço nas ruas, onde a principio é um espaço destinado ao carro, enquanto carros estacionam sobre calçadas um espaço destinado a pedestres. Uma calçada ocupada por carros impede o ato de circular e negociar. Atos que circulam pelas ruas o tempo todo. 

O automóvel foi feito para andar e circular. O proprietário que deseja manter seu automóvel parado, que pare na garagem de casa, o local mais seguro e protegido para manter o carro parado. Calçadas foram feitas para pedestres, para circular e acessar imóveis residenciais, industriais ou comerciais. Pisos diferenciados determinam pedestres diferenciados. Lembrando aquele ditado: Quem não sabe brincar não desce para o play; Quem não sabe usar o espaço publico que fique em casa.

Natal, 01/02/15



O Jornal de Hoje
Natal/RN
02/02/15

http://issuu.com/jornaldehoje/docs/02022015/2