O
mundo secreto das baratas
J. Vasconcelos na quarta
edição de seu livro: Democracia Pura (Exterior Editora,
2014) vai aos mais longínquos momentos da história buscar argumentos, para
justificar o conceito de democracia. Faz um passeio pela história, pela
sociologia e pela biologia, elencando comportamentos e conceitos da sociedade
humana. O conhecimento daqueles denominados como seres racionais, os seres
superiores. E das sociedades formadas por animais, aqueles seres denominados de
irracionais, os seres inferiores.
Formigas, abelhas e vespas, possuem
o comportamento, onde é um único membro que conduz um reino, o formigueiro ou a
colmeia. Com seres na função de operários e soldados, uma rainha conduz uma
sociedade de insetos. Escondida e protegida dentro da habitação, só a rainha
tem o poder de colocar ovos, para criar novos seres, que serão alimentados de
acordo com as suas futuras funções e missões.
As baratas diferentes de
abelhas, formigas ou vespas, não possuem uma liderança de controle populacional,
das suas comunidades. Cada barata tem a autonomia e a liberdade de procriar,
sem uma autorização da coletividade. Ao mesmo tempo em que uma barata tem uma
independência de procriação, ela gera condições para que a cria atinja um grau
de maturação, mesmo depois de sua morte. Uma barata acéfala tem condições de sobreviver
alguns dias, e manter seus ovos até o momento de eclosão. Seus ovos podem vingar
mesmo depois da morte da barata mãe (Superinteressante.com)
As baratas vivem em
sociedades, tomam decisões em grupos. São sociais e vivem em abrigos coletivos.
Mantém e reconhecem entre si, seres de uma mesma família, talvez assim evitando
o acasalamento entre irmãos (jornalciencia.com).
“E disse Deus: Façamos o
homem à nossa imagem, conforme á nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar,
e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo
réptil que se move sobre a terra“ (Genesis 1-26). E o homem acreditou no poder
que Deus lhe deu. O homem entendeu como um domínio físico de domar e
domesticar. Domou, domesticou e aprisionou os animais para o seu uso e seu
abuso, e para seu consumo. Determinando a cota de alimento diário que cada um dos
animais deveria receber. Não entendeu as palavras da Bíblia como dominar o
conhecimento e a capacidade de cada espécie. Aprender a nadar e voar, farejar e
articular, ser um estrategista na natureza. Aprender a sobreviver sem destruir
o meio em que vive. “Sede fecundos. Crescei e multiplicai” (Genesis 1-28).
Sejam sábios. Façam crescer e multiplicar um conhecimento, um saber.
“Mas da árvore da ciência do
bem e do mal, dela não comerás; porque no dia que dela comeres, certamente
morrerás” (Genesis 2-17). O homem descobriu que estava nu e logo providenciou
algo para se encobrir, criou a primeira vestimenta. E o homem criou a ciência,
detectou um problema e buscou uma solução. Saiu do paraíso e tornou-se um ser
errante, sobre a terra. Conquistou e arou terras, para plantar e comer. Começou
a aplicar uma ciência em tudo e em todos. Das ervas não só fez de alimentos,
mas criou remédios. Dos animais fez alimentos, já que comiam os alimentos vegetais
produzidos. Com a cruz da crucificação de Cristo, criou esquadros e réguas para
uma nova ciência, a visão cartesiana, as engenharias e as arquiteturas. Construiu
prédios com esquadros e prumos. Deixou de olhar a natureza com linhas curvas e
esquias, para olhar um mundo reto e ortogonal.
Ainda que o homem produza um
conhecimento, muitas respostas estão nos comportamentos dos animais. Muitos das
soluções de saúde estão nas plantas. O homem não entendeu o que tinha com um
poder, como um domínio do conhecimento dos animais. Aprender com eles e fazer
melhor que eles.
J. Vasconcelos foi buscar
argumentos históricos e sociais, arqueológicos e biológicos. Faz uma viagem
pela Antiguidade e pela Idade Média. Analisa sob um ponto de vista científico
que os animais têm muito a ensinar o homem, em seus modelos de governo,
dirigindo ou governando sociedades. Busca nas sociedades antigas, as mais afastadas
da ciência, e do conhecimento científico, um resgate para os dias de hoje. Um
conhecimento e um comportamento perdido ao longo do tempo.
Roberto Cardoso
Desenvolvedor de Komunikologia.
IHGRN – Instituto Histórico
e Geográfico do Rio Grande do Norte
INRG – Instituto Norte-Rio-Grandense
de Genealogia
27/02/2015
Entre
Natal/RN e Parnamirim/RN
Texto
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