E
mais uma nova carta para um Mestre e Doutor
(6ª carta)
Não é uma faculdade que vai
transformar um aluno em um bom profissional. Muito menos no melhor profissional
do mercado. Como também não é a melhor nota em uma prova que define o melhor
aluno. Um aluno se constrói por si. Com o investimento diário em assuntos
diversos. É com informações múltiplas, que se constrói um conhecimento, um
saber.
E se a melhor nota não
define um aluno, a melhor verificação ou avaliação não vai definir a melhor
empresa. Da mesma maneira que o aluno, a empresa se torna melhor, evoluindo e
crescendo no dia a dia.
Uma universidade federal até
possui um campus espaçoso, com algumas comodidades e facilidades. Um campus que
proporciona uma maior permanência, e uma maior convivência. entre alunos e
professores; funcionários e visitantes; palestrantes e ouvintes. Todos interagem
entre si, trocam ideias e experiências. Uma
universidade é um universo de conhecimento, torna-se única. Diariamente
acontecem em paralelo as aulas, palestras, congressos, seminários e convenções
das mais variadas áreas.
A universidade proporciona o
encontro das diversas áreas do conhecimento. Visões multidisciplinares com
olhares transversais. Conhecimentos e informações de áreas, ligadas aos mares e
os rios, a terra e o subsolo, o ar e o espaço. Das ciências do homem e do
planeta, da atmosfera e do espaço. O estudo
dos meios líquidos, sólidos e gasosos; água, terra, fogo e ar.
A globalização tornou o mundo
mais liquido, com possibilidades de misturas em densidades diferentes. Modelos
perdem a rigidez, criam-se misturas e ideias homogêneas a partir de visões heterogêneas.
As artes e as ciências estão
se encontrando, e continuam se encontrando. Em outras épocas o conhecimento já
foi transmitido por telas pintadas, por representações teatrais. E o campus universitário esta cheio de
artistas e malabaristas, com liberdade de se expressar nas suas roupas, com as suas
cores. Nas ideias, nos seus gestos e no seu linguajar.
Entre lanchonetes,
restaurantes e refeitórios, nas universidades, desfilam aromas e cores, saberes
e sabores. O conhecimento começa pelos sentidos. Pelas diversidades
encontradas.
Os esportes estão destinados
aos que tem certa afinidade e mobilidade, com as modalidades. As artes estão
nos gestos e nos olhares. No vestir e no andar. Cada qual tem uma arte para
expor, com palavras ou gestos. Com as mãos soltas no ar ou com um instrumento
para desenhar ou pintar. O corpo tem sua comunicação, sua komunikologia. As
mãos têm seus movimentos e suas expressões, junto com as expressões do corpo e
do rosto.
Diferente são as faculdades
particulares, que visão o lucro diminuindo as despesas e investimentos internos.
Participam de um mercado imobiliário, onde o metro quadrado construído é caro. Oferecem
o mínimo de estrutura, apontando suas carências como o máximo e o melhor a ser
oferecido aos alunos. Com a rotatividade do mercado de trabalho convocam novos
professores a cada semestre para cobrir as ausências por motivos diversos. Vassoura
nova varre bem. Com o uso e desgaste, não varre mais. Seu campi é cheio de motoristas
e manobristas.
Faculdades particulares deixam
de fazer investimentos internos para gastar em verbas publicitárias. Não
investem internamente e estruturalmente para fazer investimentos nas ruas, em
áreas abertas para que todos vejam. Alunos e não alunos, transeuntes e concorrentes.
Espalham out-doors pelas ruas
tentando buscar alunos com o marketing. Oferecem veículos pintados com suas
cores à prefeituras procurando ganhar alunos com merchandising. Distribuem
brindes procurando cativar alunos, tentam criar vínculos emocionais que não
existem Buscam certificações externas com problemas internos para serem
resolvidos. Certificações para todos os cursos com somente alguns avaliados.
Certificadores agem em
sistema de pirâmide, vão certificando seus descendentes, até que o último já
não tem conhecimento dos padrões originais. Certificação requer modelos de acompanhamento
no dia a dia. E uma faculdade muda a cada semestre. Mudam os alunos, alguns
saem e chegam os novos. Enquanto outros se tornam veteranos com olhares mais
críticos; mudam professores e coordenadores. O turnover é intenso, a prioridade é o lucro.
Diretores, coordenadores e
professores preferem ficar na zona de conforto criada, onde se posicionam como
detentores do conhecimento. Mesmo que tenham que ensinar o contrário em sala de
aula.
Entre Natal e
Parnamirim/RN ─ 08/08/2014
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Texto produzido para:
Internet – Blogs e Sites
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CMEC/FUNCARTE
Cadastro Municipal de
Entidades Culturais da Fundação Cultural Capitania das Artes
Natal/RN
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Roberto
Cardoso
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Categoria Colunista em Informática
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