N/M L.L. OLIVEIRA
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O comandante juntou seus mapas
e suas cartas, traçou a rota e fez a previsão do tempo. Calculou seus mantimentos
necessários, mais o material para reparos; e o consumo de combustível, em
viagem de cruzeiro. Já estava tudo preparado e anotado no seu logbook. Tinha
GPS e azimute. Planejou uma viagem em mar de almirante, com um mar de pequenas
vagas, mas perdeu o deadline, não compareceu para o embarque, pois de última
hora baixou a enfermaria. Pode ter sido atacado por uma esquadrilha de
mosquitos, o alvo: um capitão de mar e guerra. Foi preciso encontrar um
substituto para assumir o passadiço. A hora do prático para desatracação já
estava marcada. E os rebocadores já estavam a caminho.
E com as trocas de alguns
telex entre os armadores e afretadores, foi apontado o oficial imediato, para
conduzir a embarcação. Um comandante de rios, poesias e cabotagem, que navegou
por muito tempo em Mar de Espanha.
A tenente Jânia Souza embarcou
na função de piloto, com seu astrolábio seguindo o curso traçado. O fiel do armazém
Aluísio Azevedo saiu do escritório e soltou as amarras, o navio saiu do berço e
seguiu viagem, cumprindo agora um novo ETD, alterando o próximo ETA. Não
cumpriu o horário de partida (ETD), mas não podia perder o time table, o
próximo porto já aguardava a sua chegada (ETA).
O navio desatracou, desceu o Rio
Doce, até encontrar o Rio São Francisco. Seguiu rumo Norte, até chegar em um
canal, que ainda está em construção. Com leme a bombordo seguiu pelo canal até
chegar ao Rio Piranhas. E com leme a estibordo chegou no Rio Potengi. O caminho
agora era rumo ao mar, na direção Leste. Em Ceara Mirim uma poeta com flores e pássaros,
aguardava o embarque, de malas prontas, com seus livros, vasos e gaiolas. E com
o rosto protegido do vento, ela usava uma máscara. Seus conterrâneos foram para
assistir o embarque. E no ultimo porto antes de Natal, embarcou Gossom. Todos a
bordo, com destino ao porto no bel local. Avistando o Forte dos Reis Magos, o
navio anunciava a sua chegada.
Em Natal, a embarcação atracou
e desceu a escada, chamando todos que estavam aguardando sua chegada, para
subirem a bordo. Haviam mestres e contramestres sentados no costado. A água foi
abastecida pela bodega do Barros. Os que chegaram embarcados contaram seus
cursos, seus rumos e suas viagens. Seus portos de chegadas e suas partidas, e o
que levaram na bagagem.
Durante a estadia do N/M LL
OLIVEIRA, com porto de registro Rio de Janeiro, foram anunciadas as próximas
chegadas. O M/V Dostoievski, de bandeira russa, com chegada prevista para
sábado, 17:00 LT, atracando no mesmo armazém. E mais um grande embarque, sem armazém
definido. Uma carga de contos e crônicas também está a caminho, com a frota da
UBE. O embarque de contos e crônicas, estará ao comando do supercargo Paulo Caldas,
que vai fazer a arrumação e apeação da carga a bordo. E como a carga é
complicada para colocar a bordo, e ainda desembaraçar a documentação, uma carga
com grande valor agregado, talvez precise contratar alguns ternos de estiva e
outros trabalhadores: blocos, arrumadores e consertadores.
Um marine survey (vistoriador),
também pode ser necessário para avaliar a condição da carga, antes do embarque,
evitando problemas futuros no destino final. Todo um aparato para não perder o
deadline, e cumprir o timetable. A carga precisa estar muito bem distribuída e amarrada,
para não correr, com o mar de altas vagas.
RN, 11/03/16
por
Roberto Cardoso (Maracajá)
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Reiki Master & Karuna Reiki Master
Jornalista Científico
FAPERN/UFRN/CNPq
Plataforma Lattes
Produção Cultural
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