TCP
- Tecendo Criticas Preliminares
PDF
598
Tecendo críticas preliminares
a (re) inauguração do Teatro de Cultura Popular, não pelo conteúdo apresentado,
mas pela embalagem confeccionada. Um local que tudo indica, tem a função de
preservar e divulgar a cultura popular na tal cidade. E preservar a cultura
requer preservar quem faz e consome cultura. Preservar os que estão dispostos a
ficarem sentados e quietos em uma sala escura.
Natal que ainda guarda na
memória os versos de outrora, ao se vangloriar quando tinha um poeta em cada
rua e em cada esquina um jornal. A produção e a divulgação da cultura em forma
de poesia, quando os poetas das ruas tinham o recurso de uso da mídia escrita,
encontradas nas esquinas.
Os jornais aos poucos foi se
acabando em sua forma impressa, a cidade parece ter pressa. Sumindo do espaço urbano
geográfico o jornal, o jornaleiro e o gazeteiro que podiam ser encontrados nas
esquinas. Nas ruas reduziram os poetas, e as ruas foram tomadas pelos carros,
como símbolo da pressa. Em Natal agora tem carros enfileirados de uma esquina a
outra esquina, impedindo pessoas e poetas de atravessar as ruas, mudando de rumos
e de calçadas. Difícil fazer versos, se não é possível mudar de linha ou de calçada,
alterando o passo e o compasso.
E como não poderia deixar de
ser observado a calçada do teatro, está tomada de carros, junto a faixa
continua e amarela, impedindo o livre acesso a quem queira ver e divulgar a
cultura no espaço para isto (re) criado. Carros impedindo a chegada de um
público com dificuldades de locomoção. Não há um espaço reservado para embarque
e desembarque, com uso rotativo, sem permitir o estacionamento. Ficando um claro
descaso das autoridades competentes, no controle do transito, deixando o
usuário com a cara amarela.
A longa rampa de acesso para o
teatro, facilita o acesso de cadeirantes, mas também deixa outros problemas
entrarem, como a falta de acessibilidade na calçada. Sem avaliar a angulação,
se permite que um cadeirante consiga subir com o próprio esforço, sem precisar
de ajuda. O poder público que define e cobra as regras, como sempre não faz o
dever de casa, o fato é comum em manifestações populares, não ser observado que
populares podem ter dificuldades de deslocamento. Carros brancos com adesivos
indicando suas secretarias transportam os funcionários públicos, eleitos ou
indicados, para inaugurações e recepções, sem se dar conta do que acontece nas
calçadas, quiçá antes de suas chegadas. Aparecem para receber palmas e louros,
deixando o aparelho público em constante desgaste.
Adentrando o espaço do palco,
com as cadeiras no auditório, o impacto visual de sair de um lugar muito claro,
bastante iluminado, e adentrar um lugar escuro, sem as lâmpadas necessárias
junto ao chão, para descobrir os caminhos, proporcionando uma facilidade de
encontrar um assento. Com acomodação da pupila, ficam mais claros outros
problemas identificados pela retina. Como o espaço bastante reduzido para
circular um cadeirante, pistas extremamente estreitas que podem incomodar e
atrapalhar os que vão deambulando, ao cruzar com um cadeirante. A regra é ter
no mínimo 1,20 m. há passagens estreitas fora do padrão. Sentado e acomodado
surgem outras observações, onde está a porta de saída de emergência, e a
largura da porta de saída, menor que a porta de acesso, sem indicativos para
sair com muita pressa em situação de urgência ou emergência. E o problema se
agrava quando avaliamos a relação entre a localização dos assentos e saída de
emergência de difícil aceso, a determinadas localizações no teatro. Não há
espaços reservados e marcados, espaços e assentos reservados com acompanhante,
para pessoas com cadeira de rodas, com mobilidade reduzida e obesos (NBR
9050/2004).
Os espaços fora da sala de
teatro, podem se tornar um outro capitulo, com avaliação dos espaços usados
antes do espetáculo e nos intervalos, a hora de esticar as pernas. Com as
barras junto ao sanitário, e uso das pias. Com a regra do giro da porta, é ser
para fora.
Por fim faltou o uso de uma
cultura que vem se tornado bastante popular, com o uso de figuras e imagens
indicando acessos, atos proibidos e não permitidos, setas indicativas de
corredores de emergência. A cultura da educação nem sempre emana do povo, pode
ser necessário o uso e a imposição de regras, para que um respeite a
necessidade e a dificuldade do outro.
RN, 15/03/16
por
Roberto
Cardoso (Maracajá)
Branded Content (produtor de conteúdo)
Reiki Master & Karuna Reiki Master
Jornalista Científico
FAPERN/UFRN/CNPq
Texto
enviado para Substantivo Plural
Texto
publicado em:
TCP – Tecendo Criticas
Preliminares https://tmblr.co/Z9gcsh23QFzBe
Nenhum comentário:
Postar um comentário